Os Guarda-Redes dos 11 aos 14 anos
No início deste 2º Nível, os jovens continuarão a jogar em todas as posições, incluindo a de Guarda-Redes. A meio desta fase, se os treinadores decidem que a melhor posição para um jovem é a de Guarda-Redes, será iniciada a aprendizagem específica, mas sem abandonar a posição de jogador de campo. Desta maneira, o Guarda-Redes chegará a saber e dominar o desenvolvimento do jogo, os possíveis erros dos companheiros e as ideias dos adversários. Também entenderá as dificuldades que encontra um atacante para fazer golo e conhecerá muito melhor a baliza. Se a tiver sempre nas suas costas, nunca a compreenderá o suficiente.
Ao começar o ensino manual dos Guarda-Redes - não é complicado -, os submeteremos também a diferentes exercícios: rolamentos à frente e atrás, posições invertidas sobre as mãos, parados ou andando, salto de cavalo, plinto, etc. Com isto, o principiante acostuma-se ao solo e a dominar o seu corpo no ar, adaptando-se a cair com habilidade. Estes movimentos de ginástica e acrobacia elementar nunca devem desaparecer. Ainda que o Guarda-Redes chegue a profissional, deverá continuar a realizá-los. Inclusivamente os recomendamos a todos os jogadores. Utilizei-os desde Juniores até à 1ª Liga e, sempre, produziu-se uma grande melhoria na coordenação neuromuscular (para além de que a sua prática desencadeia uma grande recuperação, após os esforços intensos, pela irrigação do cérebro).
Também o Guarda-Redes deve realizar malabarismos com os pés e com as mãos, para, nos jogos, executar as ações técnicas com êxito; este domínio só se pode conseguir com a prática constante. Os Guarda-Redes devem dedicar muitas horas - assim como os jogadores de campo -, principalmente nas suas práticas de treino em casa.
A técnica manual é simples e os Guarda-Redes dominam-na com facilidade, excetuando os voos, que são os elementos - juntamente com o cabeceamento com oposição - mais perigosos do futebol. Os voos devem ensinar-se da seguinte forma. O movimento está composto de impulsão, descolar , trajetória de voo e caída. Este é o grande problema - aqui aparecem as lesões -, pelo qual o treinador deve explicar-lhes como devem cair, para que as lesões não apareçam. Os primeiros exercícios são muito importantes. Se a criança sente dor, ao repetir irá inibir-se, pela recordação dolorosa. Por isso, deve-se praticar sobre terreno mole, areia, relva ou colchões. Para além disso explicaremos que nos voos é fundamental que o primeiro a tocar no solo deve ser a bola. Assim conseguiremos uma maior segurança - o solo fará de terceira mão -, evitando lesões, especialmente nos cotovelos. Depois da bola chegará ao solo as coxas, anca e costas.
Explicaremos agora como se devem realizar os primeiros movimentos do voo, tendo em conta que não se passará de um exercício ao outro sem que se domine o anterior. Esta será a progressão:
a) O jogador coloca-se de joelhos, com uma bola nas mãos. Lança-se à direita e à esquerda, com os braços estendidos e cumprindo as instruções referidas (principalmente que a bola seja a primeira a tocar no solo);
b) Repete-se o exercício desde a posição de agachado;
c) O Guarda-Redes, de joelhos, lança-se à bola que é enviada pela mão do treinador desde 2-3 metros de distância;
d) Repete-se o exercício desde a posição de agachado;
e) O mesmo exercício desde a posição de pé, ainda que com os joelhos um pouco fletidos.
Reflexão Final:
Na baliza a estatura do Guarda-Redes é fundamental (direcionar os jogadores que vão ser baixos para outras posições).
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